23 de outubro de 2007

O Manto do Morcego
Por Ricardo Dias

Quem não conhece o Homem-Morcego? Você pode até não gostar dele – o que é praticamente impossível – mas certamente já viu, leu, ouviu ou assistiu algo com ou sobre ele. Batman está em todo lugar: desde mochilas de crianças indo pra primeira série até ícone de grupos de góticos. E é assim que ele continua existindo.

Uma das coisas mais fascinantes em Batman é justamente isso. Suas multi-versões. A personagem pode ser um detetive barrigudinho dos anos 60, um herói soturno cheio de parafernálias tecnológicas, um homem sem medo, o medo em si, um velho rabugento e violento que quebra a cara de todo mundo, um monstro homem-morcego literalmente, um demônio, à noite e até mesmo um homossexual, que o diga George Clooney. Batman deixa de ser uma única coisa, como nunca pôde ser. Batman são Batmans. Ninguém conhece o mesmo, cada um gosta do seu e a personagem deixa de ser uma descrição de particularidades únicas para se tornar um mito. Nós vemos Batman como Gotham City vê o Batman. Uma lenda. E cada um conta uma história diferente dele, embora nunca tenham tido exatamente visto-o.

Embora tenha essa mistura de estilos, muita pouca gente sabe como isso aconteceu. Batman Foi criado por Bob Kane e o escritor Bill Finger (mas só Kane ganha créditos, não sei exatamente porquê) e publicado pela editora de quadrinhos americanas DC Comics. Sua primeira aparição foi em Detective Comics #27, em maio de 1939. A primeira história do Batman “The Case of the Chemical Syndicate”, algo como “O Caso do Sindicato Químico”, tinha um estilo de mistério misturado com cultura gangster. Batman não parecia ter qualquer remorso por matar criminosos e não se importava em usar armas de fogo – ele tinha um revólver sempre à mão, inclusive – e tinha uma completa natureza de detetive. Histórias como essa logo alcançaram estrondoso sucesso, até levar ao ponto de Batman estrear sua própria revista e ficar tão famoso quanto já era o Superman, inclusive sendo considerado junto dele como as estrelas do “World’s Finest Comics” que era uma série de quadrinhos onde os dois apareciam, publicada pela DC. Batman tinha longas orelhas, mais longas do que vemos hoje, uma capa que se parecia mais com uma asa-delta e, ao contrário do que muitos pensam, não usava o famoso cinto de utilidades. O cinto só surgiu algumas edições depois, seguido de perto pelo “batarangue” e o primeiro “batmóvel”.


O Batman Original


O retrato do Batman mais frio e calculista foi atenuado em Detective Comics #38, em 1940, com a introdução de Robin, o garoto ajudante do Batman. Ele foi introduzido como uma espécie de “Watson” para o detetive, pela necessidade que o escritor via de um coadjuvante com o qual Batman pudesse conversar e assim ilustrar melhor a personagem. As vendas da revista dobraram, apesar da preferência de Kane por aventuras solo do Batman – minha preferência, também – e iniciou uma proliferação de “ajudantes crianças” em outros títulos. A primeira edição da revista Batman foi notável não somente por introduzir dois de seus grandes antagonistas, o Coringa e a Mulher-Gato, mas por uma história onde Batman mata uns monstruosos gigantes a tiro. Esta história fez com que o editor Whitney Ellsworth anunciasse que a personagem não poderia mais matar ou usar um revólver. Por volta de 1942 os artistas por trás de Batman já tinham estabelecido muitos dos elementos básicos da mitologia do homem-morcego.

Batman e Robin clássicos

Após este início de sucesso, Batman passou por muitas mãos e estilos. Seu estilo mais “colorido” veio logo depois do início da segunda guerra, quando houve uma relutância de proliferar violência nos quadrinhos e tudo foi voltado para um estilo de fantasia infanto-juvenil. O mundo do Batman mudou drasticamente, de vazio e ameaçador para vívido e colorido. Batman não era mais uma figura ameaçadora e séria; foi reformulado como uma espécie de cidadão respeitoso e figura paternal. Ele foi logo vitima também de acusações homofóbicas. Fredric Whertham, um psicólogo, dizia que Batman e Robin eram ilustrados como amantes. O tom “durante a guerra” continuou vigorando nos quadrinhos e as histórias de Batman se tornaram ainda mais lights. Apareceram a Batwoman e a Bat-Girl, talvez como uma resposta pelas indagações de homossexualismo das personagens.

Em 1950, as histórias se distanciaram ainda mais das originais e tornaram-se voltadas para a, acreditem, ficção científica, imitando o estilo de outras publicações da DC que estavam fazendo sucesso no momento. Novos personagens como a Batwoman, Ace the Bat-Hound e Bat-Mite foram introduzidos. As aventuras colocavam Batman lidando com estranhas transformações ou até mesmo enfrentando bizarros alienígenas. Em 1960, ele apareceu pela primeira vez como membro da Liga da Justiça.E foram quando as vendas decaíram. Ninguém mais queria saber de Batman por volta de 1964 e ele estava até ameaçado de morte pela editora. O editor Julius Schwartz foi escolhido para reviver o herói e ele o fez com drásticas mudanças. As histórias voltaram ao tema do detetive, inclusive com um novo design dos equipamentos de Batman, o Batmóvel e até mesmo seu uniforme (surgia a elipse amarela por trás do morcego, mais conhecida por aqui e assumida erroneamente como o símbolo original do herói. Na verdade o símbolo original é simplesmente o morcego, mais semelhante ao do novo filme, Batman Begins). Os alienígenas, a ficção científica e as personagens bizarras de 1950 foram retirados e mataram até o Alfred (foi substituído por uma tal de tia Harriet). Este Batman é no qual de forma mais próxima foi baseado o da série de TV dos anos 60, com Adam West como Batman e Burt Ward como Robin. A série fez um grande sucesso, tornando o Batman novamente popular, mas em uma versão bonachona. Por isso, a maioria das pessoas, principalmente antes de Batman Begins (já que os filmes anteriores eram assumidos como “depois da série”) acreditam que o Batman original era como o Batman da série de TV, o que é totalmente equivocado de se pensar. A série também trouxe Alfred Pennyworth, o mordomo que todos adoram, de volta. Graças a deus.



Batman (Adam West) e Robin (Burt Ward) da série de 1966.

Apesar de ter sido um sucesso e de fato ser divertida, a série teve suas desvantagens por ter caracterizado o Batman do jeito bonachão, com todos os seus aparatos que mais pareciam brinquedinhos, o que nunca foi exatamente bom. Tanto foi que a partir de 1969 (com a série de TV já findada), começaram a ser feitos esforços para o herói retornar às suas raízes de “soturno vingador da noite”. Apesar de terem feitos ótimas histórias do Batman com este pensamento (e as mesmas serem elogiadas até hoje por fãs do morcego), as revistas continuaram com vendas baixas, pelos anos 70, 80 e o ponto mais baixo de sucesso, em 1985. Batman estava praticamente esquecido.

O Retorno do Cavaleiro das Trevas
Frank Miller (Sin City, 300) escreveu e ilustrou uma série de Batman em 1986, chamada “Batman: The Dark Knight Returns” (Batman: O Cavaleiro das Trevas, no Brasil). Foi um sucesso de vendas e revigorou a popularidade de Batman como personagem psicologicamente soturno que era em sua origem nos anos 30. A série mostra um Batman com 50 anos de idade, deixando a aposentadoria para lutar contra o crime – que “foi longe demais” – em um possível futuro, e adota uma garota desta vez como Robin.


O Batman de Frank Miller
O sucesso da série levantou novamente Batman. Novas revistas seguindo o estilo que Frank Miller ressuscitou começaram a surgir e até mesmo Alan Moore continuou com uma visão mais obscura da personagem com “Batman: The Killing Joke” (Batman: A Piada Mortal), onde o Coringa, em uma tentativa de enlouquecer o comissário Gordon, aleija sua filha Barbara Gordon, rapta-o, e o tortura física e psicologicamente. O tom sombrio continuou com a morte de um Robin (o segundo Robin, Jason Todd) em “Batman: A Death in the Family”, em 1988. Fato interessante: Foram os leitores que decidiram pela morte de Jason em votação através de um telefone dado pela DC. Jason foi morto pelo Coringa.


Em 1989, Batman teve ainda mais atenção, com a estréia do filme Batman, dirigido por Tim Burton. A partir daí, com o sucesso do filme, as histórias em quadrinhos de Batman voltaram à voga e até mesmo ganharam um novo titulo somente dele, “Legends of the Dark Knight”, onde ele inclusive voltou a atuar sozinho, sem o Robin. O herói então nunca mais deixou de ser popular, tornando-se um ícone da cultura pop, vendendo revistas, merchandisings e estrelando ainda mais filmes, animações de TV e jogos. Artistas de peso continuaram publicando suas histórias em quadrinhos, inclusive Frank Miller em 2005 e Grant Morrison e Paul Dini em 2006.


Os filmes
Muita gente, principalmente no Brasil, conhece o Batman apenas dos filmes. Então resolvi falar deles um pouco, na verdade, a minha própria opinião crítica a respeito deles.

O primeiro filme, Batman, de 1989, é dirigido por Tim Burton e estrelado por Michael Keaton. Lembro que eu era um garoto e foi provavelmente o primeiro grande filme que fui ver no cinema. Achei um filme incrível e me fez começar a ser um grande fã de Batman. Lembro também que foi um grande sucesso nos Estados Unidos. As pessoas compravam ingressos só pra ver o trailer. Hoje eu acho que o filme tem seus defeitos, mas no geral, eu gosto dele. A atuação do Michael Keaton é ok, ele consegue passar a idéia do Batman bem o bastante. O diretor ser o Tim Burton e a trilha sonora do Danny Elfman já garante qualidade, mas a grande adição do filme é o Jack Nicholson como Coringa. Ele encarna o vilão perfeitamente. Além disso, o filme trouxe de volta o tom obscuro original do Batman, afastando-o daquele Batman gordinho da série de TV dos anos 60, coisa pela qual sempre agradecerei (estou brincando, a série tem seu charme).

Muitos fãs reclamam que Batman não mataria os capangas do Coringa, mas eu não me importo, o Batman original matava os vilões às vezes. A única coisa que realmente não me agrada é que eles sugerem o Coringa como o assassino dos pais do Bruce Wayne, quando na verdade foi um ladrão ordinário.


O segundo filme é Batman Returns, de 1992. Foi o último Batman dirigido por Tim Burton e estrelado por Michael Keaton – infelizmente. É um bom filme também, embora eu particularmente prefira o primeiro. A história do Pingüim (Danny DeVito) é muito interessante e emotiva, e eu gosto muito da Mulher-Gato (Michelle Pfeiffer) desse filme. Não gosto da Mulher-Gato no geral, mas a atuação de Pfeiffer neste filme é muito boa. O filme tem um tom mais sombrio que o primeiro e os personagens são mais intensos, com o Batman na verdade aparecendo menos que os vilões (que tem histórias e motivações muito bem trabalhadas). Não é um filme considerado voltado para crianças e tem suas vantagens em não sê-lo; mas perdeu um pouco da graça que o primeiro tinha, um pouco mais voltado à ação. São duas obras diferentes, cada uma com seus méritos.

Depois veio a era Joel Schumacher, também conhecida como era de tortura para os fãs de Batman. Batman Forever (1995), o terceiro filme, é horrível. O Batman agora foi interpretado por Val Kilmer e o Robin estreou no cinema interpretado por Chris O’Donnell. Se você assistiu a este filme, e conhece o mínimo de Batman, sabe como é bastante inferior aos dois anteriores. Ele foi feito “mais voltado à família” e o merchandising. O tom psicológico e algo gótico dos filmes de Tim Burton foram descartados e o filme ficou mais voltado à ação exacerbada. Val Kilmer é passável – embora não tenha em certas situações o mesmo charme de Keaton, principalmente no que diz respeito à Bruce Wayne – mas o uniforme que ele usa é estranho, com os contornos dos músculos e do peitoral sobressalente moldados de forma intumescida, alem do seu famigerado “biquinho”. As interpretações de Jim Carey e Tommy Lee Jones, como o Charada e o Duas-Caras, respectivamente, são muito mais como personagens de desenho, chegando a ser bobas e foras de tom – mas dentro do tom não sério do filme. A aparição do Robin é apagada: Ele é só um adolescente chatinho.

Além disso, há muitas “coisas que brilham no escuro” e o batmóvel é um carro alegórico. Por alguma estranha razão (talvez por causa das crianças criadas na época), o filme foi um sucesso comercial, superando até mesmo Batman Returns.

Batman & Robin (1997), o quarto filme, é de extremo mau-gosto e o pior de todos. É novamente dirigido por Joel Schumacher, mas Batman agora é intepretado por George Clooney (que os mamilos falem por si mesmos). Chris O’Donnell volta como Robin (infelizmente), Alicia Silverstone como Bat-Girl, Arnold Schwarzenegger como Mr. Freeze e Uma Thurman como Poison Ivy. Há também o vilão Bane, parecendo mais um lutador de luta-livre mexicano. O filme, graças, foi um fracasso tanto de público como de crítica. Todos reconheceram que o roteiro era uma piada, tinha uniformes ridículos, cenários inorgânicos e direção sem inspiração. O próprio George Clooney disse, sobre o filme: “Acho que podemos ter matado a franquia (do Batman)”. Todos também concordam que foi o pior filme de herói de todos os tempos – pior até mesmo que Ghost Rider.
Após a era de tortura de Joel Schumacher, o salvador Christopher Nolan nos presenteou em 2005 com Batman Begins, tendo o Batman interpretado por Christian Bale, a melhor personificação da personagem nos filmes. Sejamos justos. A história de Begins não é grande coisa e os inimigos me decepcionaram um pouco. Mas o Batman em si, sua história, seus treinos e sua personalidade estão perfeitos. É o Batman original, o que foi criado por Bob Kane, com seu tom sombrio, sua sede por justiça e o desejo de consertar tudo o que está errado, levando em seus próprios ombros. E sim, nenhum Robin por perto, desta vez. A qualidade do Batman de Bale acabou por tornar o filme o segundo filme do Batman mais bem sucedido, atrás apenas do primeiro. Pessoalmente gosto de B. Begins, mas sinto falta do tom mórbido que Tim Burton conferiu aos primeiros filmes. O comissário Gordon interpretado por Gary Oldman é o melhor já feito, Alfred está bem representado e até o Morgan Freeman com seu “bat-tanque” é legal. Achei estranho o Scarecrow de Cillian Murphy. Bem feito, mas não exatamente o Scarecrow que conheci nos quadrinhos. Coisas chatas que não acrescentam em nada: Rachel Dawes (Katie Holmes), interesse amoroso de Bruce. Só se for pela beleza da garota. E Ra’s al Ghul (Liam Neeson), com seu mirabolante plano de dominação mundial que não faz muito sentido.


Batman por Christian Bale
Agora estamos esperando pelo sexto filme do morcego, “The Dark Knight”, seqüência direta de Begins, também dirigido por Nolan com Bale novamente no papel do cavaleiro das trevas. O filme é muito aguardado por fãs, já que figurará o retorno do Coringa, vivido agora por Heath Ledger. Terá também possivelmente o Duas-Caras interpretado por Aaron Eckhart. Rachel Dawes agora será interpretada por Maggie Gyllenhaal, já que Katie Holmes recusou o papel na continuação.

Só posso dizer que ter estes novos filmes do Batman foi um alívio para os fãs, que se livraram da assustadora presença dos filmes de Joel Schumacher. Só isso já é razão o bastante para entusiasmo. Há ainda um outro filme que deixei de fora, e foi na verdade o primeiro de todos, também chamado Batman. Estreou em 1966 e foi uma tentativa de levar o Batman da série de TV para os cinemas, tendo inclusive os mesmos atores interpretando os heróis e vilões. Aliás, quatro deles em um único filme: Coringa, Charada, Pingüim e Mulher-Gato. Teve sucesso financeiro moderado.


Lendas do Cavaleiro das Trevas
Há muitas coisas sobre as quais não falei, pois senão o texto ia ficar enorme: As nunaces de cada história em quadrinhos dos períodos atuais, os jogos de vídeo-game, as adaptações para outras mídias. Algo que eu não posso deixar passar é a série animada que estreou nos anos 90, entre os filmes do Tim Burton e do Joel Schumacher, vencedora do prêmio Emmy. A série foi parcialmente baseada no primeiro filme de Burton e tinha um estilo bem característico, escuro, com formas duras e quadradas. A animação era voltada para o público adulto – inicialmente – e fez uma incrível releitura da personagem e do universo, tornando-se um cult entre os fãs. As histórias eram por muitas vezes dramáticas e cheias de suspense e todos os vilões acabavam por ser humanizados, com motivações e vidas próprias, junto de roteiros quase sempre de qualidade.



Batman da série animada
Gosto muito desta série por ilustrar o Batman que eu mais aprecio e ao mesmo tempo não ser muito pesada ou triste, e ter um clima de mistério e até de histórias de detetives do passado. Mesmo o Robin é interessante (o que raramente acontecia em outras mídias). A série foi tão conceituada que originou outras similares com personagens diferentes da DC, como o Superman e a Liga da Justiça, na qual Batman também aparece. A série ganhou uma continuação (The New Batman Adventures), que só teve uma temporada e foi mais voltada para crianças, e também originou as aventuras do Batman do futuro, Batman Beyond.

Com tudo isso, é fácil se perder. Quem é este Batman, afinal? A resposta é, todos, e nenhum. Ele é o que você quiser que ele seja, do que gosta mais de ver, ou de se lembrar. Batman pode ser associado com qualquer coisa e é aí que reside sua riqueza.
Um herói sem super-poderes que, usando de perspicácia e habilidade, tornou-se um dos maiores ícones da DC Comics, dos Estados Unidos e do mundo. Uma personagem que não tem características específicas definidas, mas sim uma gama delas, que coexistem na mente de seus fãs.

Eu prefiro o Batman obscuro e amargurado que se torna a própria noite para defender Gotham. Ele ser a noite é para mim a coisa mais maravilhosa da personagem, porque a noite (principalmente na maldita Gotham, cidade sitiada no crime) é vista como o inferno, a morte, o mal. Batman ser a noite não significa que ele está sendo o mal, e sim que ele está assumindo para si a responsabilidade da noite. Na noite só vai acontecer o que ele permitir. Gotham se torna dele pra tomar conta. O mal que habita a noite agora tem que se ver com o Batman. Ele segue sendo a noite, e a noite se torna o Batman ao invés do mal. É como tomar o mal para si. Deixar de viver sua vida para que outros possam viver a deles. É a epítome do verdadeiro herói.
Mas qual é o seu Batman preferido? Escolha um, apronte suas bat-bugigangas, aperte seu cinto de utilidades e saia dirigindo qualquer versão de bat-móvel que lhe aprouver. Santa pluralidade, Batman.


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